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Acerca de uma reportagem sobre o poeta João Cabral de Melo Neto, que se encontra no Rio de Janeiro

João Cabral de Melo Neto
com o fio de sua lâmina
que opera, no talhe, a fala,
disse há pouco a um jornal

que já deveria, há tempos,
estar calado: calado.
Mergulhado em alva luz
(nunca a andaluz: a carioca),

sentado em sua poltrona,
engole a saliva amarga
de suas palavras. Diz:
Vivo dentro do Recife;

e faz pensar que a manhã
do Rio de Janeiro, aberta,
luta, no espaço da sala,
contra a sua claridade.

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