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Confessionário

Escrevo poemas nas horas
maculadas com meu sangue:
ouvem-se tiros e dores
pelas noites conformadas.

Não quero esperar manhãs,
sequer consigo enxergar
um dia após outro dia
– e me deito entre paredes.

Pequenas rezas não bastam
para a minha rebeldia.
O vento dissolve as vozes
e deixa as ruas mais limpas.

Do que nascer, então saibam:
a fruta enfrenta o jardim
como um corpo frente ao tiro:
com silêncio, com palavras.

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