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O Escritor em Si

Escreve, escreve para que
outros desconstruam,
mitifiquem, averiguem formas
rizotônicas e busquem alusões
entre fonemas e vanguardas.

Outros dirão: um escritor, um merda,
um rascunho, uma fase
tão bem intencionada, mas
tão influenciada por demais
que é preciso reler o texto para esquecê-lo.

E ele escreve porque o tempo pede
ou o editor-chefe. O resto nem é
literatura, especialmente agora
que o tempo passou e vem uma homenagem
e pedem que compareça, entre outros.

Lá vai quem escreve, as palavras
questionadas até o nervo, tudo
parecendo mais audiovisual e menos verso,
e assim mesmo prossegue, um hipertexto
que envia à ansiedade de um poema.

E, porque escreve, um dia perguntarão:
por que não preferiu outro amuleto?
por que não se deitou mais cedo e tentou
aniquilar a insônia que persiste
em fazê-lo escritor, por mais que evite?

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