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Praia

Emudeço como a ferrugem.
Sinais no mar, não de náufragos,
e claramente uma ave
sobre um reflexo, passando.
Um peixe gira sobre si, prateado,
obeso, olhos profundamente encharcados,
e entre algas cresce, violento.
Na paisagem, sem alarde, o azul
existe. Tudo completamente um vôo,
um desenho das mãos na areia lisa.
Nenhum riso se anula,
aumenta a pulsação das ondas,
as ondas, e desaparecem, e ressuscitam.
Vasto para dentro, são marcas na espuma,
são conchas partindo-se ao sol,
secas carcaças de animais pequenos.
Repleta, a praia curva-se no espaço,
forma sobrepostos horizontes, adentra.
Das pedras, silêncio desmanchando-se.
Das plantas, redenção.

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